Bispos brasileiros vão interferir no Supremo em decisão sobre união gay

13/04/2011 01:19

Então, aqui cabe um comentário. Se é louvável que nós possamos ter um expediente como esse para proporcionar o debate, o que em tese tem a pretensão de garantir a plena participação de diferentes setores da sociedade, que possam definir questões de interesse social, também não podemos esquecer do caráter ideológico e sectário dos diferentes setores em questão. E isso já não se configuraria, a meu ver, numa questão para ser definida ou que tenha um peso decisório desses setores religiosos, pois que vociferam contra uma possibilidade que de antemão contrariam por motivos contrários à sua doutrina e não à liberdade que pode ocorrer em uma sociedade absolutamente normal do ponto de vista sociológico.

 

Por isso, sabiamente, nossa Constituição tem elementos que se fizeram por uma turma ligada a setores religiosos que agora estão sendo colocados em xeque.

 

Que me perdoem os “senhores da resistência”, mas muda-se ou adapta-se a Carta, não a realidade...

 

Lílian Azevedo

 

 

11/04/2011 - 18h23

Por : Hélio Filho

Bispos brasileiros vão interferir no Supremo em decisão sobre união gay CNBB ingressa no Supremo como consultora sobre reconhecimento de união civil gay

 

Como adiantado pelo MixBrasil há 10 dias (https://mixbrasil.uol.com.br/pride/seus-direitos/ministro-carlos-ayres-britto-conclui-processo-sobre-uniao-civil-materia-deve-ir-a-plenario-em-15-dias.html), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é desde a última quinta-feira, 7, consultora do Supremo Tribunal Federal (STF) para a decisão sobre reconhecer ou não a união civil entre pessoas do mesmo sexo no Brasil. O STF aceitou o pedido da entidade, feito no fim de março através de petição, de ingressar como “amicus curiae” _meio jurídico democrático que significa algo como "amiga da corte", alguém que deve ser ouvida antes da decisão final.

Em seu despacho, o ministro Ayres Brito alega que o assunto pede mais discussões e opiniões diferentes, como a da CNBB, que é totalmente contra o reconhecimento das uniões gays. “Ante a relevância da matéria e a representatividade da peticionante (a CNBB), defiro a inclusão no processo, na qualidade de amicus curiae, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil”, diz o ministro.

O Supremo está analisando a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 132 (ADPF 132), do Governo do Rio de Janeiro, que pede tal reconhecimento e, se aprovada, abre jurisprudência para todo o resto do País. A data do julgamento do processo deve sair nesta semana.

 Fonte: https://mixbrasil.uol.com.br/pride/bispos-brasileiros-vao-interferir-no-supremo-em-decisao-sobre-uniao-gay.html