Arquivo de Artigos

Aluno do RS é agredido na saída da escola por ser gay; professores teriam ignorado bullying

21/03/2012 23:08
  Olá, caríssim@s!!! Depois de um longo tempo sem publicações, aí vão as novas, de todos os dias!! Pra começar, uma notícia que, muitas vezes, não deveria insistir em acontecer para figurar como tal, pois demonstra que ainda temos muito a aprender com o direito à diversidade, inclusive...

Juiz que criticou Lei Maria da Penha já pode voltar

03/06/2011 12:42
  Só pra lembrar o que esse cidadão proferiu sobre a Lei que ele considera "do cão", aí vai mais uma das vítimas da sua negligência, "SUA AUTORIDADE"!!!   Quinta, 24 de Fevereiro de 2011 - 15:51 O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, deferiu medida cautelar em...

Bolsonaro em mais um capítulo da sua cruzada antigay

11/05/2011 10:55
Pois então. Se ele se esconde, novamente, na sua imunidade, se conhece tão bem os trâmites do sistema que o acaba protegendo, faz uso como ninguém da Lei que, provavelmente, não ajudou a compor na sua integralidade. O Bolsonaro é cria do sistema anterior (governos militares). Mas, como sabemos,...

Por unanimidade, Supremo reconhece união estável de homossexuais

10/05/2011 15:00
  Pois então, depois de muita luta, verdadeiras batalhas de trincheiras por várias frentes que se movimentaram pelo país e que estão, sem dúvida, reconhecidas com essa grande vitória, agora a união civil dos homossexuais está aprovada pelo Supremo Tribunal Federal. Chegará o dia, no...

Bispos brasileiros vão interferir no Supremo em decisão sobre união gay

13/04/2011 01:19
Então, aqui cabe um comentário. Se é louvável que nós possamos ter um expediente como esse para proporcionar o debate, o que em tese tem a pretensão de garantir a plena participação de diferentes setores da sociedade, que possam definir questões de interesse social, também não podemos esquecer do...

Ataques contra Homossexuais: até quando???

26/03/2011 23:53
  Mais um ataque motivado pela ignorância, preconceito, violência gratuita de criminosos que são um  perigo à sociedade.    Cada vez mais tenho tido a impressão de que esse esqueleto no armário está se mexendo a ponto de sair andando a qualquer momento. Algumas leis já...

DELEGADOS E POLICIAIS DE SÃO PAULO TIRARAM À FORÇA A ROUPA DE UMA COLEGA

24/02/2011 14:56
  O debate sobre a validade ou não do crime cometido, se a policial de fato o cometeu, realmente se torna menor do que o crime cometido pelos policiais que a obrigaram a uma flagrante violência para confessá-lo. ESSE É O TIPO DE LEI E DE TRATAMENTO QUE TEMOS, APESAR DE RECONHECIDAMENTE, HAVER...

Por que é importante a inclusão de estudos de Gênero a partir do Ensino Fundamental?

30/12/2010 14:50
  Entre outros motivos, pela insistência do preconceito àqueles que apresentam qualquer preferência sexual, ou comportamento relacionado à sexualidade, diferente do considerado padrão aceitável e normativo. Sim, ainda normativo! Apesar das práticas apontarem para uma flexibilização desse...

Alunos da UNESP praticam Bullyng contra moças consideradas por eles acima do peso

27/10/2010 11:47
    Por essa eu jamais esperaria.  Esse tipo de humilhação se inclui não apenas em uma perspectiva de gênero - por serem mulheres e por estarem fora de um padrão de beleza que as fragiliza ainda mais "no mercado" -  mas é muito mais séria para ser tratada como um...

Uma guerra invertida entre os sexos, por José Eustáquio Diniz Alves

19/10/2010 12:23
   Fiz questão de ficar fora do debate sobre as eleições gerais e presidenciais, até agora, porque minha posição como educadora e formadora de opinião pode ser vista como partidária. Nesse ponto faço questão de dizer que sou, a priori, apartidária e, se fosse possível, assumiria meu, quem...
Itens: 1 - 10 de 20
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    Não é bem assim, mesmo. Afirmar que apenas as mulheres sentem-se mal por deixar os filhos pequenos para irem trabalhar - e que isso é biológico - e que se derem opção de escolha a elas, irão preferir trabalhar menos...
 
    Enfim, construções como essas só atrapalham os avanços que outros estudos demonstram e cuja prática comprovam que tanto homens quanto mulheres podem querer trabalhar mais ou menos, ausentar-se da casa com maior ou menor intensidade, tendo ou não filhos pequenos. O que varia é o grau de poder coercitivo que se exerce sobre um deles e o poder que cada um deles exerce dentro do núcleo familiar. Que algumas ou muitas mulheres gostem de ficar com os filhos não significa que tenham que ser preteridas pela sociedade em seus direitos de igualdade de salários e de reconhecimento pelo desempenho de suas funções.
 
    Falar em gênero pressupõe tratar de atribuições e ideologias que cercam homens, mulheres, gays, lésbicas, transsexuais e bissexuais sem que para isso se excluam  ou se tratem com as antigas determinações binárias homem versus mulher.
 
    Essa "ex-feminista" poderia ser uma ótima pesquisadora se estudasse o feminismo e as relações de gênero mais a fundo, dentro das ciências humanas, sobretudo da história, e não dentro dos determinismos biológicos que a fala dela deixa transparecer. 
 
abraços,
Lílian
 
 
21/03/2010 - 13h40

Mulher é mais feliz quando reconhece diferenças de gênero, diz cientista

RICARDO MIOTO
da Folha de S.Paulo

Após abandonar o feminismo, a psicóloga Susan Pinker adotou um novo olhar sobre as diferenças biológicas que existem entre os sexos. Para ela, o movimento foi bom por ter dado liberdade de escolha às mulheres, mas errou ao afirmar que todas as distinções de gênero eram socialmente construídas. Em seu novo livro, "O Paradoxo Sexual", ela defende que salários de homens costumam ser maiores hoje não por discriminação no mercado, mas porque eles priorizam mais isso.

Professora da Universidade McGill, de Montréal, a canadense Susan Pinker segue a mesma linha de pesquisa que seu irmão Steven. Ambos buscam entender a mente humana no contexto da evolução. Em entrevista à Folha, ela conta por que sente pena de Lawrence Summers, reitor da Universidade Harvard que perdeu o cargo acusado de machismo.

Folha - Seu livro fala sobre mulheres em empregos com bons salários, mas que as afastavam dos filhos, tornando-as infelizes. Por que elas quiseram anonimato?
Susan Pinker - Acho que as mulheres que fazem essa escolha ainda estão envergonhadas de não estar agindo como homens. Mas não podemos esperar isso delas. Elas não são homens.

Folha - Como assim?
Pinker - Existe a expectativa, no Ocidente, de que mulheres devem voltar a trabalhar normalmente quando seus filhos ainda são pequenos sem que se sintam mal por isso. Mas essa angústia tem razões biológicas. Se você der liberdade de escolha, mulheres vão querer trabalhar menos enquanto seus filhos forem novos. Na América do Norte e na Europa, entre as empresas que oferecem aos seus funcionários trabalhos em meio período, 89% dos que aceitam são mulheres. Isso oferece às mulheres mais tempo não só para os seus filhos, mas para seus outros interesses.

Folha - Ganhar um salário menor é o preço que as mulheres pagam para satisfazer seus sentimentos?
Pinker- Sim. Fui entrevistada por uma jornalista na Holanda, onde há leis que dizem que, se você quer trabalhar só meio período, não pode ser demitido. A maioria das mulheres na Holanda não trabalham o dia inteiro, tendo filhos ou não. Essa jornalista trabalhava só quatro dias por semana. Ela dedicava as sextas para tocar piano, e achava que não seria feliz sem isso. Então não se trata apenas de cuidar dos filhos, mas também de ter uma vida mais equilibrada. Para as mulheres, a vida não é apenas trabalho, salário e promoções, ao contrário do que pensam muitos homens, que acham que tudo isso vale a pena quando compram um novo carro. Incomoda a muitos deles pensar que outras pessoas estão ganhando mais dinheiro, que moram em um lugar mais legal. São mais competitivos, gostam mais de assumir riscos. Não todos, mas eu diria que 75% dos homens são assim.

Folha - Ou seja, não é regra.
Pinker - Eu sempre deixo claro que cada pessoa é um indivíduo único. Ciência é estatística, pessoas são únicas. Então, quando você estuda ciência, está analisando probabilidades. Sempre existirão exceções. Compare com a altura. Em geral, homens são mais altos, mas existem várias mulheres mais altas do que muitos homens.

Folha - Mas ainda existe muita resistência à ideia de que as diferenças entre os gêneros não são apenas socialmente construídas.
Pinker - As mulheres foram discriminadas por tanto tempo que as pessoas têm uma aversão à ideia de que existe uma diferença natural, biológica. Acham que falar sobre diferenças é voltar a pensar como antigamente, quando, na verdade, não tem nada a ver com discriminação. É bobo ignorar as evidências científicas porque você tem medo do que elas vão dizer.

Folha - Mas pode soar como "acabou a festa, todas de volta para a cozinha, os afazeres domésticos"...
Pinker - Estou muito longe dessa mensagem. O que acontece de bom quando as mulheres aceitam que existem diferenças biológicas naturais é que elas se sentem muito menos isoladas com seus sentimentos. Se ignoramos as diferenças, estamos forçando mulheres a assumir cargos e trabalhos nos quais boa parte delas não serão felizes, talvez como executivas ou engenheiras. Muitas mulheres me disseram: "Graças a Deus você fez esse livro. Eu achava inaceitável aquilo que eu sentia". É difícil para elas gostar de trabalhar com pessoas, mas saber que empregos assim não são tão bem pagos quanto os que envolvem lidar com "coisas", como engenharia. A maioria das mulheres gosta de trabalhos como assistência social, pedagogia, profissões na área de saúde, mas salários nessas áreas costumam ser menores.

Folha - Mas, se as mulheres gostam de áreas que pagam menos, não há nada a fazer, então?
Pinker - Precisamos remunerar melhor as mulheres pelos trabalhos que elas preferem. Ou seja, começarmos a pagar aos professores tanto quanto pagamos aos engenheiros. Muitas mulheres esperam que as suas conquistas sejam reconhecidas sem que tenham de pedir aumentos. E, por isso, têm menos chances de ver os seus salários subindo. Se eu sou um chefe e recebo um homem em meu escritório dizendo "veja o que estou fazendo, eu mereço um salário maior", tenho mais propensão a oferecer um aumento a ele do que a outra pessoa que faz o seu trabalho sem reclamar.

Folha - O que a sra. pensava sobre as diferenças de gênero quando era jovem? Leu Simone de Beauvoir?
Pinker - Sim, claro, como todo mundo naquela época. Estamos em um ponto alto do movimento feminista. Quando eu estava na universidade, no final dos anos 1970 e começo dos 1980, a expectativa era que homens e mulheres fossem idênticos, que nós deveríamos fazer as mesmas coisas, trabalhar a mesma quantidade de horas, no mesmo tipo de emprego, ter o mesmo tipo de vínculo emocional com o trabalho doméstico e com as outras pessoas. Eu acreditava muito nisso, li todos os livros das principais feministas. Foi só quando eu fui trabalhar e quando meus filhos nasceram que percebi que havia um buraco entre a minha abordagem intelectual do assunto e os meus sentimentos.

Folha - Então deveríamos agora esquecer "O Segundo Sexo" [livro de Simone de Beauvoir, de 1949, marco do feminismo]?
Pinker- "O Segundo Sexo" era interessante em sua época, mas está ultrapassado. A ciência avançou muito desde então. Não tínhamos ressonância magnética nem o mapeamento do genoma humano, não sabíamos metade do que sabemos hoje. Hoje estamos entendendo como os hormônios afetam os comportamento humano.

Folha - Como foi a experiência da sra. em um kibutz?
Pinker - Eu tinha 19 anos e fiquei um ano num kibutz porque eu era socialista. Era um lugar interessante para perder noções irrealistas. Existiam trabalhos que a maioria das mulheres não queriam fazer, que exigiam muito esforço físico ou eram perigosos. Existia uma divisão natural de trabalhos por sexo, ainda que os kibutzim tivessem sido planejados para que isso não existisse.

Folha - Quando Summers perdeu o cargo em Harvard após dizer que a falta de mulheres em ciência é questão de aptidão, o que a sra. pensou?
Pinker - Foi assustador, porque eu tinha acabado de decidir escrever o meu livro quando vi o que aconteceu a esse pobre homem. Ele foi atacado simplesmente por comentar as evidências que a maioria das pessoas que trabalham com biologia e antropologia evolutiva vêm dizendo há anos.

LIVRO - "O Paradoxo Sexual", de Susan Pinker
Best Seller, 402 págs., R$ 42,90